BRUNO MAZZEO
Ator, humorista, diretor, roteirista e autor. Aos 33 anos, Bruno mostra seu talento e sua versatilidade por onde passa, seja na TV, no teatro ou no cinema!
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ai do lindo João, de 6 anos, e filho do maior humorista brasileiro, Chico Anysio, Bruno Mazzeo é conhecido não só pela hilária campanha da Embratel, mas também pelo sucesso “Cilada” (série exibida em seis temporadas no canal pago Multishow e depois adaptada para o “Fantástico”).
Gentil e com um belo sorriso (como sempre), Bruno recebeu a TAL entre a pedra e os bares do “Baixo Gávea”, no Rio de Janeiro, na tarde de domingo dia 20 de março. Tive a honra de fazer o show de humor “Nós dois e grande elenco” ao lado de Bruno, em 2003, no Mistura Fina (RJ). Então, aproveitei para dar aquele abraço e bater um belo papo na sala de seu apartamento, enquanto João “jogava futebol” no play station, vestido com a camisa do Vasco.
Roteirista da Globo desde os 14 anos de idade, redator de programas como “Sai de Baixo” e “A Diarista”, Bruno, que hoje está com 33 anos de idade, é um ícone nacional, em razão do seu talento e da sua versatilidade. Quem o conhece hoje, não faz idéia que ele já tenha vinte anos de carreira! Veteraníssimo, não só trabalhou na TV, mas também no teatro. Tanto atuando, como escrevendo e dirigindo. Neste ano poderemos curti-lo nas telonas, no filme “Cilada.com”, o qual foi inspirado na série homônima que ele mesmo criou. “Quando a série saiu em DVD, fiquei muito feliz. Me incomoda o fato de a TV ser tão descartável. Você fica um tempão fazendo uma coisa. Um dia vai ao ar, e depois acaba”, comenta ele.
Há pouco tempo Bruno estreou na TV Globo a série “Junto & Misturado”, na qual, além de participar da equipe de redação, também atua. “A gente várias vezes se pega em mesa de bar do Baixo Gávea e fala: ‘Pô, tem metade do elenco aqui’. É uma turma que vem junto de várias coisas”.
Bruno, hoje Obama está nos fazendo uma “visita diplomática”. Você acha isso bom ou ruim?
Não entendo do assunto, então realmente não sei o que vai ajudar objetivamente ao nosso pais. Mas deve ser coisa boa, afinal, não é sempre que um presidente dos EUA nos visita. Se facilitarem nossos vistos, já vai ser uma vitória!
Se você fosse o Presidente do Brasil, qual a primeira medida que tomaria?
Infelizmente um Presidente não tem responsabilidade única, fica meio de mãos atadas. O grande problema é o Congresso. Mais de 300 pessoas e quase nenhum presta. E me enlouquece a questão de eles próprios julgarem eles. Isso é que eu acho que deveria ser revisto.
Será que um dia você seguirá carreira política? Já pensou nessa hipótese?
Jamais. No máximo dentro do Vasco.
Você acha que o artista deve se autoproduzir para conseguir ganhar grana no Brasil?
Sem duvida. Quem se autoproduz tem mais chances de vitória. Tiro por mim, que produzo meus filmes, minhas peças e, às vezes, até programas de TV (como foi o caso do Cilada). Mas pra isso é preciso ter a característica do empreendedor, o que nem todos têm.
O que faltou (ou ainda falta) à TV, para que ela possa ceder mais espaço aos tantos talentos do humor que existem em nosso país?
Acho que a TV já vem cedendo, aos poucos novos comediantes estão chegando.
Você criou a série “Cilada” , que foi exibida em seis temporadas, no canal pago Multishow, e depois adaptada para o “Fantástico”. Como foi o convite da Globo que, pela primeira vez, importou um formato de outra emissora?
A Globo já tinha o plano de fazer algum tipo de investimento em mim. E o Guel Arraes, pra me proteger, achou melhor me “lançar” com um formato já dominado. Como ele gostava do “Cilada” e achava que cabia dentro do Fantástico, fez a escolha. No começo eu relutei, ficamos uns 2 anos nessa, até que eu cedi. E não me arrependo. Hoje vejo que ele estava certo, e sou muito grato por isso.
Ao lado do Diretor José Alvarenga, você levou “Cilada” às telas do cinema. O filme “Cilada.com” estréia quando e onde?
No dia 8 de julho, no Brasil inteiro.
Como formato de programa de televisão, o que tem em comum “Cilada” com “Tudo Junto & Misturado”?
Lidar com o cotidiano. Mas com olhares diferentes, outra pegada.
E o longa do Marcelo Rubens Paiva “ E aí, Comeu?”, você está gravando?
Ainda não. Estamos trabalhando no roteiro. Vamos rodar no segundo semestre deste ano.
O longa baseado na peça de Marcelo Rubens Paiva mostrará como funciona o universo masculino, sem censura. Os atores Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira e Emílio Orciollo interpretarão três amigos de infância, que buscam entender as relações dos homens com as mulheres. Bruno é também produtor do filme.
Será que, com a possibilidade que a internet proporciona, a TV vai ter que “correr atrás” e abrir mais portas, para poder acompanhar a nova geração de artistas?
Realmente não sei. Estou um pouco de bode com a internet. Mas sem dúvida ela é um veículo importante pra quem quer se lançar, porque o próprio artista é a sua TV. Não precisa que ninguém aprove um projeto seu, ter contatos, entradas, nada disso. Ele produz, bota no ar e pronto. O público tem acesso imediato.
Você pensa em ter um Programa na INTERNET?
Não. Já passei dessa fase.
O que acha mais cômico em você?
Em mim, pessoalmente? Não sou um cara engraçado, como o Leandro Hassum, por exemplo. Mas gosto do meu tempo de humor. Especialmente das minhas pausas de constrangimento. Gosto de explorar isso, e fico me policiando, porque às vezes acho até que exagero.
Será que estamos vivendo o melhor momento da comédia no Brasil?
Não sei se é o melhor momento. Mas é um momento em que muitos têm tido chance, graças à própria internet, e ao investimento de outros canais, que não só a Globo.
Você e a Renata (a atriz Renata Castro Barbosa, ex mulher de Bruno e mãe de João) são muito amigos até hoje. O que falta às pessoas que não conseguem manter uma amizade, após terminarem seus casamentos?
Olha... não sei. Minha relação com a Rê é tão boa que, quando vejo amigos separados, em “guerra”, simplesmente não consigo entender. Pra mim é tão natural que as relações se transformem quando se tem amor envolvido. As histórias não podem ser descartáveis. Mas pra isso é preciso deixar o orgulho de lado e trabalhar com maturidade. Foi o que fizemos. E eu sou muito feliz com isso.
Você me disse que acha o João, seu filho, parecido fisicamente com você. Quando você tinha a idade do João(6 anos), possivelmente seu pai já devia sentir que você seria artista. Você sente isso do João?
Acho o João a minha cara, apesar da Rê não concordar tanto assim! Ele é muito pequeno, não dá pra saber se tem dotes artísticos, mas com certeza herdou o humor dos pais. Ele tem tiradas incríveis, é muito sensível e inteligente.
A última vez que estive com seu pai (fazendo o bate-papo para a CAPA da TAL), ele te elogiou muito. Você sabia que ele é seu fã de carteirinha?
Sabia sim... (Bruno sorri sem graça e, ao mesmo tempo, se sente lisonjeado)
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