“Pode não parecer, mas sou tímida, você quer acabar comigo é me fazer um elogio” já disse Solange, logo no início do nosso papo.
“Sou o oposto do que as pessoas pensam. Se alguém quiser me levar para o pagode, eu vou arrumar muita desculpa. Para você ter uma idéia, na época em que eu dançava, todas as garotas, depois do show, íam para a escola de samba ou para a discoteca. E eu ia para casa. Eu fazia calcinha para vender e também os biquínis do show. Bordava até pegar no sono. Acordava nove horas da manhã e já ia para a confecção. Lá, eu era o ‘manequim vivo’ (a pessoa que prova as roupas e desfila para o comprador)”.
Impossível não se tornar fã da Solange, depois desse extraordinário bate-papo, no qual a ex-mulata do Sargentelli conta serenamente sobre sua vida, seus sucessos, suas dificuldades e seus sonhos. Uma mulher íntegra, que serve de exemplo para muitos! Mãe de 2 filhos, a autêntica Solange assume que é tímida e que tem muitas fraquezas. Porém, diz aproveitar sua fama de “Dona Jura” para impor respeito, quando precisa. Evangélica, Solange se diverte ao contar que “ama obras”, e que mexe em tudo que diz respeito à construção civil. Ela comenta que, com 52 anos de idade, não é exemplo de beleza, e que, por isso, não se sente obrigada a manter-se magra. Divertida, a linda morena de 1.78m de altura pretende viajar com seus filhos, já que passou a vida batalhando para ter seu próprio patrimônio.
Nesta entrevista, Solange (a mulata preferida de Oswald Sargentelli) nos conta, com detalhes, como foi a morte dele (em cena), de mãos dadas com ela. E, também, que
já ficou 2 anos desempregada e até vendeu peixe em feira. Segundo os ensinamentos que herdou de seu pai, ela acredita que, na vida, ninguém é melhor que ninguém.
Solange Couto fora do peso. Eu não consigo imaginar. Alguém consegue?
“Mas não imagina, porque eu não fico gorda. Tenho 1,78 m. Se você pegar uma foto da ‘Jura’, vai ver que ela não era gorda, ela era grande. E para interpreta-la, engordei 18kg. Fiquei com 112kg. Eu só comecei a ir em academia, quando veio uma outra sinopse, de uma outra personagem, que, desta vez, era o oposto da ‘Jura’, pois usava espartilhos, camisolas, shortinho e mini-saia. Pensei: ‘Poxa, já sou um pouco senhora e vou precisar fazer uma mulher bonita e elegante. Então, academia amanhã!’ Fiz uma dieta de 1.100 calorias, injeção na barriga e sequei de novo! Emagreci 18kg em 46 dias, e voltei para o ‘Manequim 38’”.
Você manteve o peso?
(Ela dá uma gargalhada) “Não. Eu estava há três anos à toa, até que, há quatro meses, o Calmon (Antônio), autor da novela ‘Três Irmãs’, disse que estava escrevendo uma personagem para mim. ‘É uma pessoa linnndaa, gostosaaa, tesudaaaa’ (risos). Aquilo foi me dando um frio na barriga. Eu pensei: ‘Vai começar tudo de novo’. Eu tava com 96 kg, com peitão, bundão, pernão, tudo ‘ão’, né?! Mas tenho filhos, tenho 52 anos, não sou mais modelo, não sou exemplo de beleza. Então, eu não tenho essa obrigação. Mas, com a proposta de fazer uma personagem de 40 anos, tive que emagrecer novamente. ‘Janaína’ não é apenas uma mulher, mas um poder da natureza! Mas estou com uma alimentação regulada, fazendo exercícios diários com personal, e drenagem linfática. Já sequei ‘para ela’ 16 kg, em dois meses e meio”.
Este foi o momento mais divertido do papo com Solange. Uma mulher sensual por natureza, que entende tudo sobre construção civil. Já imaginaram que cômico? “Eu amo obra. Eu sou péssima para desenhar. Se me pedir para desenhar uma flor, eu não vou conseguir. Mas se me pedir para desenhar uma planta baixa, desenho a mão livre. Vou medindo... E te digo quanto de piso precisa para revestir essa área toda aqui (ela se refere ao salão do hotel em que estávamos)”. Solange é uma pessoa absolutamente tranqüila, que não gosta de barulho, de tumulto, nem de festa. Ela justifica que não é por ser evangélica, mas porque esse é seu jeito. “Quando estou em casa, faço uma textura na parede ou em um móvel, um bordado. Faço um arranjo novo, invento uma coisa, uma obra. Boto uma janela para lá, uma porta para cá, aí meus filhos dizem que minha casa tem rodinha”.
Você é canceriana. Você chora e se emociona muito?
“Com ascendente em peixes e a lua em áries, para me salvar (gargalhadas). Mas ascendente em peixes ninguém merece, é muita água, muita emoção, ‘muito casa’. Eu choro muito. Tanto de tristeza, quanto de alegria, tudo na mesma graduação. O choro emocionado é normal, às vezes compulsivo, só que eu domino legal, mas todo mundo acha que a ‘Jura’ (a personagem D.Jura, da novela “O Clone”, grande sucesso de Solange na televisão) predomina em minha vida.”
A “Jura” era meio barraqueira, não era?
“Meio? (risos). Ela era confeccionadora de favela. Ela quebrava tudo. Dava porrada em todo mundo. Até hoje, em todo lugar que eu chego, as pessoas dizem ‘olha aí’. Na verdade é até bom, porque muitas vezes eu não tenho coragem de reagir. Quando fiquei de calcinha na caixa Econômica, por exemplo, (fato ocorrido em julho do corrente ano, quando a atriz foi barrada na porta giratória de uma das agências da Caixa Econômica Federal, a de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro) não foi planejado, foi uma reação por causa da ação do segurança. Para eu chegar naquele ponto, ele teve que me sacanear muito! Ele me fez ir naquela porta quatro vezes! Na quarta vez, eu não agüentei e explodi. Mas as pessoas acham que, por qualquer razão, eu já saio dando porrada.”
Você é evangélica?
“Eu converso muito com Deus. Eu sou evangélica há 3 anos. Sou batizada, praticante, dizimista e ofertante fiel. Só não vou aos cultos da minha igreja, quando não estou no Rio de Janeiro. A minha igreja não tem impedimentos, mas, ao mesmo tempo, me passa responsabilidades. Meu pastor me diz: ‘se você acha que esse short não vai te envergonhar como pessoa, nem como mãe e atriz, você não vai envergonhar a palavra do Senhor’. Se estou com vontade de tomar um chopp, eu posso. O que não devo é ficar bêbada. Inclusive, no
‘problema do banco’, os meus pastores me disseram: ‘Você está coberta de razão. Em momento algum as pessoas podem te julgar, porque ninguém tem o direito de julgar. E a gente te conhece, se você chegou a esse ponto, é porque te levaram até ele”.
Sargentelli morreu de mãos dadas com Solange Couto, sua bailarina preferida! (Na cena da novela “O Clone”)
“Quando eu fazia a ‘D.Jura’, na novela ‘O Clone’, recebi um dia o seguinte bilhete, escrito pelo Sargentelli: ‘Filha, já pensou seu velho Sargento, no ‘Bar da Jura’? Que lindo seria. Seria promovido a Tenentelli’. Eu não sabia dele há 3 anos, e quando li o bilhete chorei muito. E dias depois descobri que ele estava sozinho na vida, morando num apartamento emprestado. Sendo que, a vida toda, sua casa esteve aberta e cheia, a ponto de ter três sessões de almoço, com 30 pessoas cada. Todo dia! Liguei para a Glória (Perez) e li o bilhete. Ela falou que colocaria a cena no roteiro. No dia da gravação, peguei na mão dele e começamos a cena, no ‘Bar da Jura’. Até que, em um determinado momento, ele pegou a caixinha de fósforos e começou a tocar o hino do botafogo. O Roberto Bonfim e o Eri Johnson estavam atrás dele, quando eu falei ‘BOTAFOOGOO’! O Oswaldo (Sargentelli) olhou para mim e disse: ‘Eu vou te amar sempre!’ E a mão dele caiu da minha. No dia do enterro, o filho mais velho dele, o Oswaldinho, me abraçou e disse: ‘Papai dizia que queria ir embora, sentado num bar, cercado de amigos e mulatas, e batendo caixa de fósforos. Você, Solange, proporcionou isso a ele. Ele foi ‘embora’ sentado no bar mais famoso do país, de mãos dadas com a bailarina preferida, com duas mulatas na frente, dançando, e dois amigos atrás: o ‘Bonfim’ e o ‘Eri’. E ele batendo a caixinha de fósforos, na maior rede nacional de “televisão”.
Consciente das instabilidades da vida, Solange contou que seu pai sempre dizia para não comprar nada, antes de ela ter um “telhado sobre sua cabeça”.
“Nesse momento da minha vida, eu quero viajar com meus filhos (Marcio Taz, da banda VOLT e Morena Mariah), coisa que nunca fiz, porque fiquei batalhando o tempo todo por patrimônio. Agora já tenho o patrimônio, já paguei a faculdade da minha filha, já dei um carrinho a ela. E a meu filho, a mesma coisa. Então, agora vamos viajar, os três! Chegando de viagem, tenho que começar a guardar dinheiro, até porque estou parando de ter com o que gastar. Já ‘fiz’ patrimônio, tenho casa, carro, ganho muita coisa, como roupa, tratamento de beleza e, com isso, já posso criar uma reserva. Aí não vou dar trabalho, né? Tenho uns colegas que acabaram até suicidando, porque não tinham contrato e não tinham dinheiro para comer. Isso pode acontecer com qualquer um”.
Os ensinamentos de seu pai
“Meu pai (o que me criou dos 9 meses até dois meses atrás, quando foi ‘embora’) me ensinou que você recebe de volta, pelo menos metade do que você faz. E que se você quer ser respeitado, você tem que respeitar. E se você quer algo de bom na vida, você tem que ter meta, tem que lutar, tem que fazer com que as pessoas vejam que você é um guerreiro, um lutador que está indo na direção do seu ideal. E que você não se deixa abater. E que, quando você estiver rastejando, alguém vai te puxar pela mão e te botar em pé novamente. E uma coisa é primordial: ninguém é melhor que ninguém. Não tem rainha, não tem gostosa, não tem feia, não tem gorda, todo mundo faz cocô...”
“Eu não tenho vergonha, não tenho problema, não me sinto humilhada”
“Tem gente, na nossa profissão, que diz: ‘Eu não vou fazer isso’. Então, o que fazem depois que assinam um contrato? Começam a ganhar um dinheiro razoável, fazem um certo sucessinho, compram um carro importado (à prestação) e vão morar num flat na Barra. Aí, o contrato acaba e tem que devolver o carro e sair do flat... Olha que cagada!”
Como surgiu “Dona Jura”, um dos seus maiores sucessos na TV Globo, lembrada até hoje, pelo bordão “Né brinquedo não” ?
“Eu, depois que fiz ‘Chiquinha Gonzaga’, fiquei dois anos desempregada. Tinha uma reservinha, e papai ajudava um pouco, mas não era o suficiente. Ai, meus talentos entraram em ação. Na avenida do Projac, na estrada dos Bandeirantes, tem uma porção de fábrica de remédio. E descobri que cada uma delas tinha uma feirinha em um dia da semana. Eu fazia minhas velas, meus bordados, e chegava lá com uma canga linda, onde eu botava meus bagulhos todos em cima. O povo chegava e perguntava: ‘Ah, você não é aquela atriz?’ E eu respondia: ‘Sou, mas eu vendo vela também. Quer comprar?’. Uma vez percebi, numa feira, também no Rio de Janeiro, que não havia barraca de peixe. Aí eu cheguei para o diretor da feira, que era meu amigo, e falei para ele me arrumar uma barraca. ‘Tá maluca?’ E eu disse: ‘Maluca uma ova, preciso ganhar dinheiro!’ Em seguida, ele me arrumou uma barraca, e eu coloquei peixe e camarão fritos na hora, bobó de camarão, cerveja, etc. Dois domingos depois, o Jaime (Monjardim) me chamou para fazer a ‘Dona Jura’. ‘Pô’, nego reclamou na feira!”
Serviço:
Os fãs da atriz Solange Couto podem acessar seu blog oficial: www.bloglog.com.br/solangecouto
IMPERDÍVEL: A comédia que continua sua turnê pelo BRASIL: “Cinco mulheres por um fio” de Regiana Antonin e Solange Couto.
Elenco: Solange Couto
Contatos: Amor & Arte Produções / Tel.: (21) 7837-0196 ID: 24*30390
http://www.amorearte.net/
“Sou o oposto do que as pessoas pensam. Se alguém quiser me levar para o pagode, eu vou arrumar muita desculpa. Para você ter uma idéia, na época em que eu dançava, todas as garotas, depois do show, íam para a escola de samba ou para a discoteca. E eu ia para casa. Eu fazia calcinha para vender e também os biquínis do show. Bordava até pegar no sono. Acordava nove horas da manhã e já ia para a confecção. Lá, eu era o ‘manequim vivo’ (a pessoa que prova as roupas e desfila para o comprador)”.
Impossível não se tornar fã da Solange, depois desse extraordinário bate-papo, no qual a ex-mulata do Sargentelli conta serenamente sobre sua vida, seus sucessos, suas dificuldades e seus sonhos. Uma mulher íntegra, que serve de exemplo para muitos! Mãe de 2 filhos, a autêntica Solange assume que é tímida e que tem muitas fraquezas. Porém, diz aproveitar sua fama de “Dona Jura” para impor respeito, quando precisa. Evangélica, Solange se diverte ao contar que “ama obras”, e que mexe em tudo que diz respeito à construção civil. Ela comenta que, com 52 anos de idade, não é exemplo de beleza, e que, por isso, não se sente obrigada a manter-se magra. Divertida, a linda morena de 1.78m de altura pretende viajar com seus filhos, já que passou a vida batalhando para ter seu próprio patrimônio.
Nesta entrevista, Solange (a mulata preferida de Oswald Sargentelli) nos conta, com detalhes, como foi a morte dele (em cena), de mãos dadas com ela. E, também, que
já ficou 2 anos desempregada e até vendeu peixe em feira. Segundo os ensinamentos que herdou de seu pai, ela acredita que, na vida, ninguém é melhor que ninguém.
Solange Couto fora do peso. Eu não consigo imaginar. Alguém consegue?
“Mas não imagina, porque eu não fico gorda. Tenho 1,78 m. Se você pegar uma foto da ‘Jura’, vai ver que ela não era gorda, ela era grande. E para interpreta-la, engordei 18kg. Fiquei com 112kg. Eu só comecei a ir em academia, quando veio uma outra sinopse, de uma outra personagem, que, desta vez, era o oposto da ‘Jura’, pois usava espartilhos, camisolas, shortinho e mini-saia. Pensei: ‘Poxa, já sou um pouco senhora e vou precisar fazer uma mulher bonita e elegante. Então, academia amanhã!’ Fiz uma dieta de 1.100 calorias, injeção na barriga e sequei de novo! Emagreci 18kg em 46 dias, e voltei para o ‘Manequim 38’”.
Você manteve o peso?
(Ela dá uma gargalhada) “Não. Eu estava há três anos à toa, até que, há quatro meses, o Calmon (Antônio), autor da novela ‘Três Irmãs’, disse que estava escrevendo uma personagem para mim. ‘É uma pessoa linnndaa, gostosaaa, tesudaaaa’ (risos). Aquilo foi me dando um frio na barriga. Eu pensei: ‘Vai começar tudo de novo’. Eu tava com 96 kg, com peitão, bundão, pernão, tudo ‘ão’, né?! Mas tenho filhos, tenho 52 anos, não sou mais modelo, não sou exemplo de beleza. Então, eu não tenho essa obrigação. Mas, com a proposta de fazer uma personagem de 40 anos, tive que emagrecer novamente. ‘Janaína’ não é apenas uma mulher, mas um poder da natureza! Mas estou com uma alimentação regulada, fazendo exercícios diários com personal, e drenagem linfática. Já sequei ‘para ela’ 16 kg, em dois meses e meio”.
Este foi o momento mais divertido do papo com Solange. Uma mulher sensual por natureza, que entende tudo sobre construção civil. Já imaginaram que cômico? “Eu amo obra. Eu sou péssima para desenhar. Se me pedir para desenhar uma flor, eu não vou conseguir. Mas se me pedir para desenhar uma planta baixa, desenho a mão livre. Vou medindo... E te digo quanto de piso precisa para revestir essa área toda aqui (ela se refere ao salão do hotel em que estávamos)”. Solange é uma pessoa absolutamente tranqüila, que não gosta de barulho, de tumulto, nem de festa. Ela justifica que não é por ser evangélica, mas porque esse é seu jeito. “Quando estou em casa, faço uma textura na parede ou em um móvel, um bordado. Faço um arranjo novo, invento uma coisa, uma obra. Boto uma janela para lá, uma porta para cá, aí meus filhos dizem que minha casa tem rodinha”.
Você é canceriana. Você chora e se emociona muito?
“Com ascendente em peixes e a lua em áries, para me salvar (gargalhadas). Mas ascendente em peixes ninguém merece, é muita água, muita emoção, ‘muito casa’. Eu choro muito. Tanto de tristeza, quanto de alegria, tudo na mesma graduação. O choro emocionado é normal, às vezes compulsivo, só que eu domino legal, mas todo mundo acha que a ‘Jura’ (a personagem D.Jura, da novela “O Clone”, grande sucesso de Solange na televisão) predomina em minha vida.”
A “Jura” era meio barraqueira, não era?
“Meio? (risos). Ela era confeccionadora de favela. Ela quebrava tudo. Dava porrada em todo mundo. Até hoje, em todo lugar que eu chego, as pessoas dizem ‘olha aí’. Na verdade é até bom, porque muitas vezes eu não tenho coragem de reagir. Quando fiquei de calcinha na caixa Econômica, por exemplo, (fato ocorrido em julho do corrente ano, quando a atriz foi barrada na porta giratória de uma das agências da Caixa Econômica Federal, a de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro) não foi planejado, foi uma reação por causa da ação do segurança. Para eu chegar naquele ponto, ele teve que me sacanear muito! Ele me fez ir naquela porta quatro vezes! Na quarta vez, eu não agüentei e explodi. Mas as pessoas acham que, por qualquer razão, eu já saio dando porrada.”
Você é evangélica?
“Eu converso muito com Deus. Eu sou evangélica há 3 anos. Sou batizada, praticante, dizimista e ofertante fiel. Só não vou aos cultos da minha igreja, quando não estou no Rio de Janeiro. A minha igreja não tem impedimentos, mas, ao mesmo tempo, me passa responsabilidades. Meu pastor me diz: ‘se você acha que esse short não vai te envergonhar como pessoa, nem como mãe e atriz, você não vai envergonhar a palavra do Senhor’. Se estou com vontade de tomar um chopp, eu posso. O que não devo é ficar bêbada. Inclusive, no
‘problema do banco’, os meus pastores me disseram: ‘Você está coberta de razão. Em momento algum as pessoas podem te julgar, porque ninguém tem o direito de julgar. E a gente te conhece, se você chegou a esse ponto, é porque te levaram até ele”.
Sargentelli morreu de mãos dadas com Solange Couto, sua bailarina preferida! (Na cena da novela “O Clone”)
“Quando eu fazia a ‘D.Jura’, na novela ‘O Clone’, recebi um dia o seguinte bilhete, escrito pelo Sargentelli: ‘Filha, já pensou seu velho Sargento, no ‘Bar da Jura’? Que lindo seria. Seria promovido a Tenentelli’. Eu não sabia dele há 3 anos, e quando li o bilhete chorei muito. E dias depois descobri que ele estava sozinho na vida, morando num apartamento emprestado. Sendo que, a vida toda, sua casa esteve aberta e cheia, a ponto de ter três sessões de almoço, com 30 pessoas cada. Todo dia! Liguei para a Glória (Perez) e li o bilhete. Ela falou que colocaria a cena no roteiro. No dia da gravação, peguei na mão dele e começamos a cena, no ‘Bar da Jura’. Até que, em um determinado momento, ele pegou a caixinha de fósforos e começou a tocar o hino do botafogo. O Roberto Bonfim e o Eri Johnson estavam atrás dele, quando eu falei ‘BOTAFOOGOO’! O Oswaldo (Sargentelli) olhou para mim e disse: ‘Eu vou te amar sempre!’ E a mão dele caiu da minha. No dia do enterro, o filho mais velho dele, o Oswaldinho, me abraçou e disse: ‘Papai dizia que queria ir embora, sentado num bar, cercado de amigos e mulatas, e batendo caixa de fósforos. Você, Solange, proporcionou isso a ele. Ele foi ‘embora’ sentado no bar mais famoso do país, de mãos dadas com a bailarina preferida, com duas mulatas na frente, dançando, e dois amigos atrás: o ‘Bonfim’ e o ‘Eri’. E ele batendo a caixinha de fósforos, na maior rede nacional de “televisão”.
Consciente das instabilidades da vida, Solange contou que seu pai sempre dizia para não comprar nada, antes de ela ter um “telhado sobre sua cabeça”.
“Nesse momento da minha vida, eu quero viajar com meus filhos (Marcio Taz, da banda VOLT e Morena Mariah), coisa que nunca fiz, porque fiquei batalhando o tempo todo por patrimônio. Agora já tenho o patrimônio, já paguei a faculdade da minha filha, já dei um carrinho a ela. E a meu filho, a mesma coisa. Então, agora vamos viajar, os três! Chegando de viagem, tenho que começar a guardar dinheiro, até porque estou parando de ter com o que gastar. Já ‘fiz’ patrimônio, tenho casa, carro, ganho muita coisa, como roupa, tratamento de beleza e, com isso, já posso criar uma reserva. Aí não vou dar trabalho, né? Tenho uns colegas que acabaram até suicidando, porque não tinham contrato e não tinham dinheiro para comer. Isso pode acontecer com qualquer um”.
Os ensinamentos de seu pai
“Meu pai (o que me criou dos 9 meses até dois meses atrás, quando foi ‘embora’) me ensinou que você recebe de volta, pelo menos metade do que você faz. E que se você quer ser respeitado, você tem que respeitar. E se você quer algo de bom na vida, você tem que ter meta, tem que lutar, tem que fazer com que as pessoas vejam que você é um guerreiro, um lutador que está indo na direção do seu ideal. E que você não se deixa abater. E que, quando você estiver rastejando, alguém vai te puxar pela mão e te botar em pé novamente. E uma coisa é primordial: ninguém é melhor que ninguém. Não tem rainha, não tem gostosa, não tem feia, não tem gorda, todo mundo faz cocô...”
“Eu não tenho vergonha, não tenho problema, não me sinto humilhada”
“Tem gente, na nossa profissão, que diz: ‘Eu não vou fazer isso’. Então, o que fazem depois que assinam um contrato? Começam a ganhar um dinheiro razoável, fazem um certo sucessinho, compram um carro importado (à prestação) e vão morar num flat na Barra. Aí, o contrato acaba e tem que devolver o carro e sair do flat... Olha que cagada!”
Como surgiu “Dona Jura”, um dos seus maiores sucessos na TV Globo, lembrada até hoje, pelo bordão “Né brinquedo não” ?
“Eu, depois que fiz ‘Chiquinha Gonzaga’, fiquei dois anos desempregada. Tinha uma reservinha, e papai ajudava um pouco, mas não era o suficiente. Ai, meus talentos entraram em ação. Na avenida do Projac, na estrada dos Bandeirantes, tem uma porção de fábrica de remédio. E descobri que cada uma delas tinha uma feirinha em um dia da semana. Eu fazia minhas velas, meus bordados, e chegava lá com uma canga linda, onde eu botava meus bagulhos todos em cima. O povo chegava e perguntava: ‘Ah, você não é aquela atriz?’ E eu respondia: ‘Sou, mas eu vendo vela também. Quer comprar?’. Uma vez percebi, numa feira, também no Rio de Janeiro, que não havia barraca de peixe. Aí eu cheguei para o diretor da feira, que era meu amigo, e falei para ele me arrumar uma barraca. ‘Tá maluca?’ E eu disse: ‘Maluca uma ova, preciso ganhar dinheiro!’ Em seguida, ele me arrumou uma barraca, e eu coloquei peixe e camarão fritos na hora, bobó de camarão, cerveja, etc. Dois domingos depois, o Jaime (Monjardim) me chamou para fazer a ‘Dona Jura’. ‘Pô’, nego reclamou na feira!”
Serviço:
Os fãs da atriz Solange Couto podem acessar seu blog oficial: www.bloglog.com.br/solangecouto
IMPERDÍVEL: A comédia que continua sua turnê pelo BRASIL: “Cinco mulheres por um fio” de Regiana Antonin e Solange Couto.
Elenco: Solange Couto
Contatos: Amor & Arte Produções / Tel.: (21) 7837-0196 ID: 24*30390
http://www.amorearte.net/